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Foto do escritorBia Rodrigues Carvalho

NATURA QUER ZERAR O DESMATAMENTO NA AMAZÔNIA COM LOGÍSTICA


Como convencer uma empresa com 6 milhões de vendedores, milhares de produtos e lojas, de que a não derrubada de uma árvore na Amazônia é importante para manter todo o negócio de pé? Essa é uma das tarefas da Natura &Co, gigante do setor de cosméticos, com receita líquida de R$ 14 bilhões no ano passado, para vencer a contradição entre extrair matéria-prima do meio ambiente e preservá-lo ao mesmo tempo.

Roberto Marques, CEO da Natura &Co, grupo bilionário do ramo de cosméticos, estabeleceu metas Logísticas sustentáveis com mais e R$ 800 milhões em 10 anos, e essa é uma das tarefas da Natura &Co, gigante do setor de cosméticos, com receita líquida de R$ 14 bilhões no ano passado, para vencer a contradição entre extrair matéria-prima do meio ambiente e preservá-lo ao mesmo tempo.

Dono da Natura, Avon, Body Shop e Aesop, o grupo traçou um plano para zerar a emissão de carbono até 2030, certificar toda a linha de produção das quatro empresas e inserir mais diversidade em seu quadro de funcionários.


Além disso, assumiu um compromisso ousado: ajudar a zerar o índice de desmatamento na Amazônia em cinco anos. Para isso, serão investidos cerca de US$ 800 milhões (R$ 4,3 bi) nos próximos dez anos.


"A nossa posição é muito clara. De maneira muito transparente, a gente coloca que nosso compromisso daqui para 2030, dentro da nossa visão, é que um dos pilares importantes é a proteção da Amazônia", diz. "Obviamente, não depende só da Natura &Co.

A gente acredita que tem o papel de dialogar com outros atores", em referência a ONGs, instituições públicas, privadas e universidades. Segundo ele, o grupo utiliza 38 ingredientes da natureza e atua com 33 comunidades locais na Amazônia, tendo impacto sobre 22 mil pessoas somente na região.


A ideia é dobrar os R$ 30 milhões já investidos anualmente nessas comunidades. Para evitar que árvores de ucuúba fossem derrubadas para a produção de vassouras, vendidas no comércio local, o grupo resolveu pagar o dobro do valor que a comunidade amazônica recebia pelo trabalho.


Em vez do corte, passaram a ganhar mais para manter as árvores de pé e extrair apenas as sementes, que têm propriedades hidratantes para a produção de cremes - a Natura tem uma linha de produtos com a semente desde 2015.


No ano passado, só a Natura vendeu 374,4 milhões de unidades de cosméticos no Brasil, responsáveis por uma receita bruta de R$ 8,8 bilhões. Outra demanda é mapear e certificar toda a linha de produção das quatro empresas no mundo.


Especialmente, elementos como o óleo de palma, já que a extração do insumo elevou índices de desmatamento no sudeste asiático e na África. A empresa mantém áreas controladas por pequenas comunidades para a preservação do óleo — e exige reflorestamento da área de onde é extraído.


O objetivo é ampliar para 3 milhões de hectares a área preservada na Amazônia até 2030. Atualmente, são 1,8 milhão de hectares protegidos na região.

Devido à concentração de dezenas de hectares, produtos, tecnologia e consumidores, a produção do grupo será usada por um instituto de ciência para elaborar protocolos sobre como diminuir o impacto ambiental.


Por exemplo, desenvolver uma métrica unificada para a diminuição da degradação de rios com uso reutilizável da água. O método será aplicado às quatro empresas no mundo e servirá como precedente para outras do ramo.


O plano envolve também as consultoras, aquelas que batem de porta e porta. Junto com o catálogo de produtos, também devem receber guias e instruções sobre todo o processo de extração dos insumos da natureza.


Fonte: UOL

 

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